PLANO NACIONAL DO LIVRO E LEITURA
REDE FEDERAL DE ENSINO NO ESPÍRITO SANTO
Rede de Experiências em Leitura no ES
RELer&fazer
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Leitura, uma grande experiência
Clubes de Leitura, Mediador@s de Leitura, Agendas de Leitura...
Leia com alguém que você gosta.
Ouça, fale, converse -- mais -- com livros.
No princípio era o Verbo, e o Verbo trouxe a Palavra. Você já ouviu algo assim antes, muito provavelmente. A linguagem nos conecta "desde sempre", e ainda hoje, tal como nossos primeiros ancestrais, um de nossos maiores desejos é o de "conversar", de estar com nossos semelhantes, tentando ver o mundo na perspectiva de seus olhos, tentando mostrá-lo na perspectiva do nosso "modo de ver".
Corremos o risco de "desaparender a falar", a conversar, a dialogar - muitos de nós já desaprendemos. E, por isso, nos isolamos, nos fechamos em "bolhas" e pensamos de forma individualista, exclusivista.
Na rede RELer&fazer, ler começa sendo um gesto de afeto, de cuidado, de atenção com a outra pessoa que está diante de nós.
Apresentação
A leitura é uma prática cultural cujas características e aplicações são tantas que se confundem, desde o cotidiano mais banal até as situações mais extraordinárias da vida. Ler pode ser ao mesmo tempo um instrumento de prazer, uma ferramenta de aprendizagem, ou um elemento de valor inestimável para a formação de consciência e de tomada de decisões, muitas delas irreversíveis, seja na vida psíquica, na vida cultural ou na vida social dos sujeitos-cidadãos leitores. Ler é ー ou pode ser ー uma experiência transformadora na vida de quaisquer uns de nós ー e precisamos nos dar conta disso.
O Programa de Extensão Reler&Fazer, proposto pelo Departamento de Línguas e Letras da UFES e executado em parceria com instituições como o Ifes e outros órgãos públicos, privados e não-governamentais, tem como finalidade promover a leitura no contexto do Estado do Espírito Santo, respeitando ー e, por isso mesmo, discutindo ー as premissas e diretrizes que orientam sobre a implementação das políticas para o Livro, a Leitura e, finalmente, a Literatura.
Ler, como bem sabem os bons leitores, é uma grandíssima viagem. Essa imagem, tão recorrente, pode nos levar a pensar em diversas direções: em primeiro lugar, destaca-se a imagem dos leitores que, lendo, viajam e ampliam seus horizontes, suas referências, suas visões de mundo.
Contudo, se recuarmos um pouco nosso olhar, teremos que constatar que não é apenas o leitor quem viaja; cada qual a seu modo, não se pode ignorar que também os livros, os textos viajam: são pacotes de informações, são meios de comunicação que só poderão fazer sentido aqui se forem lidos aqui, ou se os leitores neles interessados se deslocarem para onde os livros, os textos estiverem: ali, lá e acolá.
Finalmente, é preciso lembrar que o livro, o texto, são parceiros de uma ou mais vozes, de um ou mais autores que não cansam de procurar leitores, para ouvi-los e/ou para com eles falar.
O Programa Reler&Fazer trabalha articulando e apoiando os agentes que promovem a leitura, dentro e fora do ambiente acadêmico. seu foco é o desenvolvimento, o reconhecimento e a divulgação das atividades de promoção da leitura em municípios do ES, sobretudo aquelas que privilegiem seu caráter de experiência, ou seja, de um fazer transformador: do próprio sujeito que lê e dos ambientes nos quais ele participa, dialoga, interage, produz.
Justificativa
A leitura vem há muito sendo reclamada como exercício contínuo, permanente e indispensável à organização de relações humanas e sociais mais justas e próprias no escopo da vida contemporânea. “Leitura”, mas no sentido bastante amplo de alcançar um olhar que modifique a geografia e a história do campo e da cidade, afetando a consciência política que alicerça as decisões dos poderes e a capacidade de ação dos indivíduos, dos grupos e das instituições.
Ler as Artes, a Literatura, as Leis, ler as paisagens, as roupas que as pessoas vestem, o flanar dos passantes e transeuntes entre as metrópoles e as periferias.
Conceber a leitura como capacidade do ser humano de produzir sentido a partir de fatos, de escolher e de decidir diante de informações, de pensar e de interagir construtivamente com aqueles com os quais temos contato, canais de comunicação. Acionar a leitura na perspectiva de permitir ao ser humano um olhar sobre si mesmo e sobre o outro, e de projetar no mundo sua dimensão histórica, sua contribuição na construção de uma sociedade menos limitada e escravizada.
Diversas foram e têm sido as iniciativas e as decisões nessa direção no Brasil das últimas décadas, seja em nível de governo e de instituições organizadas, seja em nível de grupos voluntários ou mesmo individual, em bairros, em escolas, em cidades. Dentre as ações de governo e de instituições, pode-se dar destaque a três grandes programas de abrangência nacional: o Leia Brasil, o Pró-Leitura e o PROLER, movimentos cujos impactos foram interessantes “na medida em que se questionam ou se desconstroem concepções e práticas equivocadas de leitura” (CORDEIRO, 2006, p. 66), mas que demandam tempo para se consolidar e lidar com as transformações culturais de nosso presente histórico.
Pode-se, também, perceber como esses programas ecoam e reverberam no ambiente das políticas públicas ainda hoje, quando tentamos retomar e colocar em perspectiva as políticas que fundamenta(va)m o PNLL - Plano Nacional do Livro e Leitura.
PROJETOS
EXTENSÃO
PESQUISA
ENSINO
Memorial
A Ufes deu efetiva contribuição para o desenvolvimento das ações do PROLER no Espírito Santo. Por meio do DLL - Departamento de Línguas e Letras e da Subcoordenação do Curso de Letras da CEUNES, sediou sete grandes encontros: três em São Mateus, em 1994 e 1995, e quatro em Vitória, em 1993, 1994, 1995 e 1996. Aliadas ao esforço da UFES, tiveram participação bem demarcada a SEDU – Secretaria de Estado da Educação – e várias Secretarias Municipais de Educação e de Cultura.
E esse esforço comum das Secretarias também possibilitou a realização, além das práticas normais de trabalho com vistas à formação de leitores, de outros cinco grandes encontros no Sul do Estado, dos quais três em Cachoeiro de Itapemirim, estimulando uma configuração bem distribuída de pólos emergentes de formação de leitores no Estado.
Em 1997, entre 1 e 3 de abril, o CEG - Centro de Estudos Gerais/Ufes promoveu o Fórum de Leitura: ações para a formação de leitores, reunindo, em Vitória, pesquisadores da área de leitura e formadores e articuladores de ações nessa linha de trabalho. O resultado principal e básico do Fórum de Leitura foi a aprovação da Carta de Vitória, em que se ratificou a proposta de criação de uma rede de leitura em nível nacional, Re.ler - Rede Brasil de Leitura. A partir então ano passam a se realizar atividades que culminam na criação das “Academia de Leitura Monteiro Lobato” e “Academia da Leitura Monteiro Lobato”, voltadas para o contato direto com os estudantes educação básica, e a realização das “Jornadas de Leitura Monteiro Lobato e Rubem Braga”, módulos e sequências de formação continuada a partir de 2007.
A Ufes, por meio do programa de Extensão RELer&fazer - rede de experiências em leitura, mantém Protocolo de Cooperação Mútua de nº 1.003/2010, com a PUC-Rio, por intermédio de sua Cátedra Unesco de Leitura, objetivando a implementação e a expansão da Rede de Estudos Avançados em Leitura - RELER, conforme Decisão 360/2010 CONSUNI / UFES, de 21 de dezembro de 2010. Nesses termos, caracterizou-se a identidade extensionista do programa RELer&fazer, com localização no Departamento de Línguas e Letras da UFES, materializado sob a forma de projetos experimentais articulados e de um núcleo de estudos para registro, discussão e divulgação dos resultados alcançados.
Entre os anos de 2015 e 2018 o programa RELer&Fazer passou por uma revisão e atualização metodológica, visando à sua integração a outras redes e instituições e à adoção de abordagens, processos de gestão, de avaliação e expectativa de resultados. Foram revisados e ampliados alguns referenciais de interesse para a abordagem lato sensu antropológica, destacando conceitos como “práticas culturais”, “etnografias”, “cartografias” etc., e buscando uma aproximação contextual com as chamadas “políticas de desenvolvimento”, particularmente a política da Economia Criativa e a política DRS - Desenvolvimento Regional Sustentável atualmente prioridades nas gestões públicas estadual e municipais.
A Coordenação do programa realizou uma série de visitas de campo (Guarapari, Linhares, Santa Leopoldina, Vila Velha, Vitória) em articulação com um outro projeto (o “Seminário Metodológico Economia Criativa no ES”), promovendo alguns levantamentos sobre características, disponibilidades e potencialidades de municípios e regiões capixabas para o desenvolvimento orgânico e integrado de atividades de promoção de leitura em ambientes públicos, privados e não-governamentais. Nesse período foram recuperados e confirmados alguns referenciais conceituais e metodológicos (como o da “Educação Estética”) e incorporando outros (como o potencial participativo das “comunidades leitoras”), com visitas técnicas e observações de campo em situações experimentais e/ou pontuais da vida cultural.
O programa passou efetivamente a ser reformulado com a realização da Licença-Capacitação “Seminário Metodológico Mediações de Leitura no ES - Programa RELer&fazer” pelo prof. Orlando Lopes Albertino, então seu Coordenador Geral, entre o primeiro e o segundo semestres de 2018, movimento interrompido por sua indicação ao cargo de Coordenador dos cursos de Graduação em Letras da UFES, o que acabou comprometendo a disponibilidade e a agenda então prevista. As atividades foram interrompidas até o retorno do professor, em 2019, quando foram retomadas em caráter experimental.
No fim de 2019, teve início uma colaboração entre o programa RELer&fazer e o núcleo acadêmico Poiein - Desconstrução, Economia Criativa e Sustentabilidade, então localizado no ambiente de inovação da unidade Fábrica de Ideias, consórcio firmado entre a rede IFES e outras instituições identificadas com as políticas de desenvolvimento, especialmente aquelas caracterizadas como DRS - Desenvolvimento Regional Sustentável.
Entre 2020 e 2021, o programa retomou sua programação experimental com o Núcleo Poiein e retomou discussões sobre parcerias baseadas em relacionamentos interinstitucionais, aproximando-se cada vez mais dos “nós” da rede federal de ensino, com destaque para os campi da rede Ifes e sua estrutura de produção e difusão cultural. Houve também, em 2022, uma aproximação, ainda pontual, com a Secretaria de Cultura do Estado, por meio do projeto “Hub Virtual” no programa “ES + Criativo”.
Em 2023, o programa explora as parcerias interinstitucionais, por exemplo dialogando com as equipes de implementação dos CRJs - Centros de Referência da Juventude, mantidos pela SEDH - Secretaria de Direitos Humanos do ES, e com equipes de setores de Formação Continuada em redes públicas e privadas de ensino.
